Governo de SP avalia dividir escolas com mais de 1,2 mil alunos em duas unidades administrativas
Fachada da Escola Estadual Bonifácio de Carvalho Coronel, em São Caetano, na Grande SP. Reprodução/TV Globo A Secretaria Estadual da Educação de São Paul...
Fachada da Escola Estadual Bonifácio de Carvalho Coronel, em São Caetano, na Grande SP. Reprodução/TV Globo A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo avalia uma proposta para dividir escolas com mais de 1,2 mil alunos em duas unidades administrativas. Segundo o governo, a ideia é melhorar a gestão e o acompanhamento pedagógico nas escolas maiores. A adesão é voluntária e começa a valer a pa rtir do ano que vem O estado tem cerca de 5 mil escolas e 3 milhões de estudantes. Destas, 330 têm mais de 1,2 mil alunos — o dobro da média da rede. Até o momento, 110 unidades informaram que querem aderir à mudança. As escolas interessadas têm até esta quarta-feira (12) para comunicar se desejam participar e apresentar como pretendem reorganizar as turmas e os turnos. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Como deve funcionar De acordo com a Secretaria, a proposta prevê a criação de novas escolas dentro do mesmo endereço, com nomes e gestões diferentes, mas sem divisão física. Quadras, pátios e outros espaços continuarão sendo compartilhados. Na prática, cada turno poderá ter um diretor próprio. A pasta também quer que os ciclos de ensino fiquem concentrados em horários específicos — por exemplo, os anos iniciais do fundamental pela manhã e os finais à tarde. “Quanto maior a escola, em geral, o desempenho é um pouco pior”, afirmou Michel Minerbo, subsecretário de Planejamento da Rede Escolar. “Hoje, um diretor de uma escola muito grande precisa lidar com até 100 professores e 1.400 famílias. Ao dividir, ele passa a administrar metade disso, o que facilita o trabalho e o acompanhamento dos alunos.” Alunos e professores continuam nas mesmas unidades O subsecretário reforçou que alunos e professores não precisarão mudar de prédio. “Aquele aluno que permanecer no mesmo local, mas fizer parte da nova escola, terá a matrícula migrada automaticamente. Não haverá impacto direto para os estudantes”, explicou Minerbo. A Secretaria informou que nenhuma escola será obrigada a aderir e que o processo está sendo discutido desde outubro com as Diretorias Regionais de Ensino. As escolas que quiserem participar da readequação serão avaliadas nos próximos 15 dias. Depois dessa etapa, o governo deve publicar um decreto até dezembro criando oficialmente as novas unidades. A lista das escolas que passarão pela divisão deve ser divulgada ainda este ano. Sindicato é contra A Apeoesp, sindicato dos professores da rede estadual, divulgou um manifesto contra a proposta, afirmando que não houve diálogo com a categoria nem com a comunidade escolar. “A gestão atual não dialogou com a Apeoesp, com as demais entidades, a comunidade escolar e a sociedade”, diz o texto. A Secretaria da Educação rebate e diz que houve diálogo com as diretorias regionais e que o objetivo é aprimorar a qualidade do ensino.