Justiça determina demolição do CT de categorias de base do Palmeiras por degradação ambiental

Justiça determina demolição do CT do Palmeiras A Justiça de São Paulo determinou a demolição do Centro de Treinamento das categorias de base do Palmeiras...

Justiça determina demolição do CT de categorias de base do Palmeiras por degradação ambiental
Justiça determina demolição do CT de categorias de base do Palmeiras por degradação ambiental (Foto: Reprodução)

Justiça determina demolição do CT do Palmeiras A Justiça de São Paulo determinou a demolição do Centro de Treinamento das categorias de base do Palmeiras, localizado dentro do Parque Ecológico do Tietê, em Guarulhos, na Grande São Paulo, por degradação ambiental. Segundo a decisão, o Palmeiras terá seis meses para demolir todas as edificações construídas no local, remover áreas impermeabilizadas com concreto e restaurar integralmente a vegetação, o solo e as margens do Rio Tietê — área classificada como Área de Preservação Permanente (APP). ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp O terreno de 45 mil m² foi cedido ao clube pelo governo estadual em 1998, por 50 anos, com a condição de que o Palmeiras zelasse pela vigilância e preservação ambiental. O CT, conhecido como Academia de Futebol 2, foi inaugurado em 2002. Segundo o Ministério Público, porém, o clube não cumpriu as contrapartidas ambientais. A Promotoria afirma que o Palmeiras: deixou de realizar o plantio de árvores previsto em acordo; executou construções irregulares dentro da área protegida; degradou o ambiente, avançando sobre áreas da margem do rio. O MP sustenta ainda que diversas intervenções ocorreram entre 2007 e 2009, com retirada de áreas de proteção e impermeabilização do solo. Academia de Futebol 2, centro de treinamento da base do Palmeiras Divulgação Laudo apontou irregularidades Em 2023, o Tribunal de Justiça decidiu contratar um perito ambiental — que também é engenheiro civil — para vistoriar o CT. O laudo, concluído em julho do mesmo ano, reuniu 45 fotos e dezenas de apontamentos técnicos. Entre as irregularidades registradas estão: impermeabilização de grandes áreas com cimento, prejudicando a absorção de água; lançamento de esgoto em um pequeno córrego sem tratamento adequado; retirada de vegetação e intervenções nas margens da área de proteção. Com base no laudo, a Justiça afirmou que o complexo compromete o sistema de drenagem da Região Metropolitana e prejudica a flora local, “expulsando animais de habitat natural”. A decisão também destacou que a proteção dos recursos hídricos “constitui pauta nacional”. Além dos danos ambientais, a Justiça considerou ilegal a forma de concessão do terreno, feita sem licitação — o que, segundo a decisão, poderia ter sido uma disputa aberta a outros interessados. O que dizem o Palmeiras e a SP-Águas Em nota, o Palmeiras afirmou que sempre prezou pelo respeito às instituições e que seguirá trabalhando para oferecer as melhores condições de treinamento às suas categorias de base. O clube disse ainda que recorrerá da decisão, tomada em primeira instância. Procurada, a SP-Águas, agência de águas do estado responsável pela gestão da área usada pelo clube desde 1998, informou que o Palmeiras mantém contrapartidas de interesse público, além da conservação do imóvel citado no processo. Afirmou também que acompanha o desfecho da ação mantendo diálogo constante com o Ministério Público.